Alguns dias atrás disseram que sou um filme que começa pelo final, daqueles alternativos, pouco divulgados. Sugeriram que tenho enredos aleatórios e atitudes imprevisíveis e que meus ápices iniciais deixam o restante das horas insossas.
Desconfio que provoco sentimentos contraditórios: de atração em quem não entendeu nada e de repulsa em quem divisou, mesmo que fortuitamente, uma possível intenção verdadeira em minha personalidade de gelo abrasado. Os demais, os que sobram, são seres flutuantes, perdidos no espaço infinito das sensações, na atmosfera sem gravidade de minhas seduções frígidas, absortos em meu mimetismo hipócrita.
Insinuaram que sou aqueles longos filmes independentes, que não sabemos se é uma comédia, drama, romance ou terror. Aqueles filmes que ficam sempre em uma constância perturbadora. O tipo de filme que exerce uma atração de imã, mas que raras vezes são revistos, que muitas vezes nem mesmo são escolhidos nas prateleiras da locadora. Filmes restritos a rodas de amigos, percebidos apenas nos elogios e em listinhas de top dez, quando o são, por vezes ficam guardados no particular, mas aí ninguém vai saber. Alguns justificam dizendo que são as freqüências de temperamentos oscilantes, em uma espécie de yin yang, onde tudo que é dito quer dizer o contrário, que afastam as possibilidades de um contanto mais diário.
Disseram que sou o filme de diálogos intermináveis, monólogos monótonos ou silêncios tagarelas e que por isso não basta ouvir as conversas, pois tudo na cena parece falar (isso foram os olhos que me confidenciaram). Espalham por aí que sou daqueles filmes onde os finais são o início da história.
Na verdade uma amiga apenas disse:
―O Tiago é um filme que começa pelo final.
Mas eu sei que as palavras são as que menos dizem algo em uma conversa.
Desconfio que provoco sentimentos contraditórios: de atração em quem não entendeu nada e de repulsa em quem divisou, mesmo que fortuitamente, uma possível intenção verdadeira em minha personalidade de gelo abrasado. Os demais, os que sobram, são seres flutuantes, perdidos no espaço infinito das sensações, na atmosfera sem gravidade de minhas seduções frígidas, absortos em meu mimetismo hipócrita.
Insinuaram que sou aqueles longos filmes independentes, que não sabemos se é uma comédia, drama, romance ou terror. Aqueles filmes que ficam sempre em uma constância perturbadora. O tipo de filme que exerce uma atração de imã, mas que raras vezes são revistos, que muitas vezes nem mesmo são escolhidos nas prateleiras da locadora. Filmes restritos a rodas de amigos, percebidos apenas nos elogios e em listinhas de top dez, quando o são, por vezes ficam guardados no particular, mas aí ninguém vai saber. Alguns justificam dizendo que são as freqüências de temperamentos oscilantes, em uma espécie de yin yang, onde tudo que é dito quer dizer o contrário, que afastam as possibilidades de um contanto mais diário.
Disseram que sou o filme de diálogos intermináveis, monólogos monótonos ou silêncios tagarelas e que por isso não basta ouvir as conversas, pois tudo na cena parece falar (isso foram os olhos que me confidenciaram). Espalham por aí que sou daqueles filmes onde os finais são o início da história.
Na verdade uma amiga apenas disse:
―O Tiago é um filme que começa pelo final.
Mas eu sei que as palavras são as que menos dizem algo em uma conversa.
Um comentário:
Você é o filme mais poético que eu conheço, filme que eu nao me canso de assitir. Adoro seus diálogos intermináveis. saudades!
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